O diretor aproveitou que lhe é dado espaço semanal no jornal Notícias do Dia e divulgou o filme. 30 linhas sobre Dor e Delícia no dia da estreia. (outras crônicas de Jura Arruda em http://jurandycesarrudianas.zip.net.
Dor e Delícia
Jura Arruda
De onde nascem as ideias? Como se dá o tal “insight”, que como uma luz invade o cérebro e num átimo se transforma em esperança e desejo de fazer? No caso de Dor e Delícia, meu mais recente trabalho em vídeo, um texto antigo atribuido a Laurindo Rabelo, mas também a Bernardino Lopes foi o estopim do desejo. Bem, a dúvida era só sobre a autoria do texto, porque a certeza de queria transformá-lo em filme já existia, por ele ser curto, engraçado e por ter um universo ao redor. Era meados de 2008, guardei o texto num baú de ideias que mantenho com a esperança de esvaziá-lo antes de morrer.
Desde então, Dor e Delícia virou projeto pessoal, foi para um blog, como diário de produção. No primeiro texto publicado, eu dizia “O curta não deverá ter mais do que 3 minutos, mas como gosto de complicar um pouco, decidi que a produção será de época. Já estou pensando em alguns nomes para formar a equipe, com atenção especial ao figurino e à iluminação”. Ficou em cinco minutos. E enquanto eu trabalhava no roteiro, ouvi Vitor Andrade apresentar uma peça de violino linda, era Melòdie, de Tchaikovsky. Acrescentei o violinista à história e foi uma das melhores ideias que tive para o filme.
Lucas David, conceituado figurinista e querido amigo, foi convidado para fazer o figurino de época e aceitou com brilho nos olhos. Na sequência, Bruno (TVPró) e Joca (Base Digital) se dispuseram a colaborar na produção. O Joca sempre chamando o filme de “Doce Delícia”. Eu já tinha duas das mais qualificadas produtoras de vídeo de Joinville e o mais criativo figurinista que conheço como parceiros. Se o dinheiro para produção era pouco, as amizades cultivadas ao longos dos anos eram muitas e o projeto pessoal virou projeto maior, virou trabalho em grupo, virou sonho que se sonha junto.
Num dia de sol entre a primavera e o verão, gravamos as primeiras cenas; num dia de sol entre o outono e o inverno, gravamos as últimas, e na quinta-feira desta semana, aquela ideia que surgiu em 2008, virou finalmente, um filme, curtinho, de cinco minutos. Depois de dois anos, Joca entendeu que o nome do filme não era Doce, mas Dor e Delícia, pela saga de produzi-lo. Afinal, realizar uma obra audiovisual com (parcos) recursos próprios, é um desafio e tanto. Porém, um projeto assim, pode ter resultado tão doce, quanto o Joca supunha lá no começo.
Hoje, Dor e Delícia será exibido pela primeira vez, no SESC-Joinville, às 20h. Eu já o tenho na conta de case de sucesso e, mais do que isso, na conta de filho querido. Foram dois anos de encontros nas horas vagas, de ideias, curiosidades e muito carinho, tudo devidamente registrado no blog http://arrudianas.blogspot.com, nosso diário de produção que durante esse tempo, foi um cajado a sustentar meus passos rumo ao dia de hoje.